A gestão das refeições familiares é, na maioria das vezes, encarada como um “fardo”. Tipicamente responsabilidade “da mãe”, causa momentos de verdadeiro stress pensar: o que vamos almoçar?, e agora? atrasei-me para o jantar…, será que estou a fazer as melhores escolhas para a minha família? e o bebé?
Este “peso” aumenta quando a família aumenta, principalmente porque queremos dar o melhor aos nossos filhos e, quase sempre, acreditamos que as nossas escolhas não servem.
Mas, e se não for bem assim? E se conseguirmos sentar todos à mesa a partilhar MESMO a MESMA refeição?
Muitas das famílias que acompanho passam por este desafio: como partilhar uma refeição entre todos? como melhorar a logística familiar garantido qualidade e variabilidade? A resposta é relativamente simples: Planear.
Antes de mais é importante percebermos e definirmos o nosso objetivo. Quero organizar-me para quê: para ter mais tempo? para não ser um stress na hora das refeições? para conseguir que todos comam melhor e não andar a desenrascar com congelados e take-away a toda a hora? porque tenho um bebé que vai iniciar alimentação complementar e gostava mesmo de partilhar as refeições em família?
Tendo o meu objetivo definido vou então avaliar qual a estratégia que melhor se aplica ao meu dia-a-dia, à minha rotina e dinâmica familiar: é cozinhar tudo ao fim de semana? tenho 30 minutos por dia antes das refeições que posso dispensar na preparação? faço compras mensais ou semanais? gosto mais de comprar frescos de 3 em 3 dias ou prefiro um carregamento para 2 semanas? faço meal preap de legumes com os cortes adequados e depois é só levar ao forno?
Com base nestes 2 pontos vou planear. E há várias coisas a planear:
1. O dia em que planeio. Parece redundante mas não. Vamos ter de gastar 30m por semana, por exemplo, para planear o que serão as nossas refeições, listas de compras, execução de compras e confecção;
2. O dia em que faço compras (seja on-line seja presencial). Acreditem que ir todos os dias ou quando falta alguma coisa não é eficiente. Este passo obriga-nos a fazer listas de compras ;);
3. O dia em que preparo os alimentos e/ou confecciono as refeições.
Como combino isto tudo? Com um último ponto: inventário. Saber o que há em casa. Com base nesta lista identifico o que preciso para as ementas semanais, sempre com o foco em minimizar stocks e optimizar a qualidade dos alimentos que escolho.
Mas no meio de tantas regras há uma que é crucial para o sucesso: descomplicar. Sim vamos planear, mas acima da tudo vamos tirar partido do mais importante: tornar as refeições em família um momento de convívio e de partilha.
Porque, para mim, cozinhar é um ato de amor, para nós e para com os nossos. Até porque as escolhas que fazemos vão ditar como vamos nutrir o nosso corpo e cuidar da nossa saúde (e dos nossos).
Andrea Jerónimo, Integrative Nutrition Health Coach (INHC)
Mãe de 3 Ms. Autora do blog “O que faço amanhã para o pequeno almoço”